Díli, 05 mai (Lusa) -- O ministro dos Negócios Estrangeiros da Indonésia, Marty Natalegawa, apoia o pedido de adesão de Timor-Leste à ASEAN, afirmando que tem um "significado político e simbólico" que a adesão ocorra durante a presidência indonésia daquela organização.
Em declarações publicadas na edição on-line do jornal "Jakarta Post", o ministro dos Negócios Estrangeiros da Indonésia afirmou que o seu país "vai apoiar fortemente o pedido de Timor-Leste para participar na ASEAN ainda este ano".
"Timor-Leste teve a gentileza de apresentar o seu pedido de adesão, enquanto a Indonésia preside à ASEAN. Há uma carga simbólica e um significado político para isso", afirmou.
Para o titular das relações externas da Indonésia. "É inegável que Timor-Leste é parte no Sudeste Asiático, em termos geográficos, económicos e políticos" e há todo o interesse em ter Timor-Leste integrado na ASEAN.
"É do interesse de todos, quando falamos da família dos países do Sudeste Asiático, tê-los a bordo", comentou.
Marty Natalegawa rebateu o argumento de que o Estado timorense ainda não se encontra preparado para a integração, pelo que a mesma deverá ser adiada para 2015, ano em que se prevê a reforma da ASEAN no sentido de criar um mercado comum.
"A questão do país estar pronto ou de ainda não estar preparado para a adesão é relativa. Se vamos querer que tudo seja perfeito acabamos por não fazer nada. Se Timor-Leste estiver na ASEAN, crescemos juntos", opinou.
Confrontado com o facto da decisão ser tomada por consenso e haver ainda alguns países que colocam reservas à entrada de Timor-Leste, Marty Natalegawa admitiu existir ainda trabalho diplomático a fazer.
"É uma discussão que precisamos de ter", respondeu.
O pedido formal de adesão de Timor-Leste à Associação de Países do Sudeste Asiático (ASEAN) foi entregue em Jacarta a 04 de março a Marty Natalegawa pelo ministro dos Negócios Estrangeiros timorense, Zacarias Albano da Costa.
Indonésia, a Malásia, Tailândia e Filipinas têm defendido a entrada imediata e incondicional, e o Laos, Camboja e Birmânia chegaram a defender que primeiro Timor-Leste devia ter o estatuto de observador, antes de ser membro pleno, enquanto Singapura tem defendido que Timor-Leste deve aguardar pela consolidação da ASEAN em 2015, devido a ter ainda alguns problemas internos a resolver.
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