Terça-feira, 11 de Outubro de 2011
Mertuto, Timor-Leste, 10 out (Lusa) - O general Taur Matan Ruak, que hoje anunciou estar na corrida para as presidenciais de 2012 em Timor-Leste, disse que a sua candidatura é independente e que "pode unir" e "deve unir todos os timorenses".
"A minha candidatura no fundo é uma candidatura independente, que pode unir e deve unir todos os timorenses. Uma candidatura que possa trabalhar com todos os partidos e uma candidatura que no fundo serve ao nosso povo", afirmou o general que no final de agosto apresentou a demissão da chefia das Forças Armadas do país.
Taur Matan Ruak recusou, contudo, adiantar mais detalhes, afirmando que "hoje foi só para mostrar às pessoas quem são" e que durante a campanha eleitoral vão mostrar o que querem para Timor.
"Eu hoje apresentei a minha ambição, o desejo de concorrer à cadeira número um da liderança timorense. Estou preparado porque tenho projetos, tenho uma visão para Timor, dar dignidade ao nosso povo, dar dignidade a todos aqueles que batalharam pela independência do nosso país e dar dignidade a Timor-Leste", disse.
O general reafirmou novamente que sempre dedicou a sua vida ao país e que o vai fazer até aos últimos dias de vida.
Questionado sobre as razões que o levaram a escolher Mertuto, no distrito de Ermera, para apresentar a sua candidatura às presidenciais, Taur Matan Ruak explicou que foi pelo simbolismo e para responder às pessoas que dizem que os timorenses estão divididos.
"Primeiro, um dos últimos líderes da resistência da frente armada [Nino Konis Santana, que antecedeu Taur Matan Ruak no comando da guerrilha até 1998, data da sua morte por doença], foi aqui sepultado. Este sítio representa então a morte de todos os que tombaram pela independência no nosso país", afirmou.
"Este sítio", disse o general, "também simbolizou a expansão da nossa luta, da frente armada, para as áreas do oeste do país".
Segundo Taur Matan Ruak, a terceira razão pela qual escolheu sítio "foi mesmo para responder às pessoas que andam a propagandear pelos quatro cantos a dizer que Timor está dividido entre Lorosae e Loromonu e na realidade, mais uma vez, eles não conhecem Timor e não conhecem, sobretudo, o povo".
Na crise de segurança e política de 2006, foi levantado pelo grupo de desertores das forças armadas, os peticionários, uma alegada discriminação dos militares de oeste [loromonu] face aos de leste [lorosae].
O general timorense disse também aos jornalistas que explicou às pessoas que os políticos entram e saem de cinco em cinco anos, mas os cidadãos permanecem e que devem continuar na linha da frente na construção do país.
Para Taur Matan Ruak, os cidadãos devem ajudar os "mais velhos, os fundadores da Nação, a terminar a sua missão com dignidade", a preparar a nova liderança do país e a continuar a envolver-se na construção de Timor.
MSE.
Lusa/Fim
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